A depressão é um transtorno mental que prejudica a vida cotidiana em vários aspectos: capacidade laboral, dormir, comer, estudar e até nos momentos de lazer. É causada por fatores genéticos, ambientais e psicológicos.
Segundo a OMS-Organização Mundial da Saúde, o número de pessoas com depressão e ansiedade aumentou em 25% durante a pandemia da COVID-19.
“As informações que temos agora sobre o impacto da COVID-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”.
Quais são os sintomas?
- Tristeza e irritabilidade
- Ansiedade e angústia
- Desânimo e fadiga, falta de motivação e apatia, cansaço extremo e fraqueza
- Desinteresse, falta de vontade e indecisão
- Sensação de impotência ou incapacidade para os afazeres do dia a dia
- Diminuição ou incapacidade de sentir prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis
- Medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio
- Pessimismo, culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida
- Pensamentos frequentes sobre a morte, desejo de morrer, tendência ao suicídio
- Percepção distorcida e negativa da realidade. Tudo fica sem cor, cinzento, sem graça
- Comportamentos compulsivos
- Dificuldade de concentração e foco, raciocínio lento
- Diminuição ou ausência de libido
- Diminuição ou aumento do apetite e do peso
- Distúrbios do sono como a insônia, múltiplos despertares, sono superficial, despertar matinal precoce ou até mesmo aumento do sono
- Dores e sintomas físicos sem causa determinada por problemas médicos como dores de barriga, diarreia, tensão na nuca e ombros, dores de cabeça e no corpo, sensação de corpo pesado, entre outros.
O que causa a depressão?
A depressão é uma doença caracterizada por alterações químicas no cérebro, relacionadas aos neurotransmissores – serotonina, noradrenalina e dopamina – que transmitem os impulsos nervosos entre as células.
Os fatores psicológicos nem sempre são a causa da depressão e sim, uma consequência.
O estresse é um agente potencializador em pessoas com predisposição genética.
Aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo manifestará depressão em algum momento da vida.
Fatores de risco
Pessoas que passaram por eventos adversos durante a vida (desemprego, luto, trauma psicológico) são mais propensas a desenvolver depressão.
Há relação entre a depressão e a saúde física; doenças cardiovasculares, por exemplo, podem levar à depressão e vice e versa.
Fatores como:
- Histórico familiar
- Comorbidades psiquiátricas
- Estresse crônico
- Ansiedade crônica
- Disfunções hormonais
- Excesso de peso
- Sedentarismo e má alimentação
- Vícios (cigarro, álcool e drogas)
- Uso excessivo de internet e redes sociais
- Traumas físicos ou psicológicos
- Problemas cardíacos
- Enxaqueca crônica
Tipos de Depressão
- Transtorno depressivo maior ou depressão unipolar
Mais frequente e conhecido
Humor deprimido
Perda de interesse e prazer
Energia baixa
Sofrimento e melancolia
Incapacidade temporária quando não tratada.
- Depressão bipolar ou transtorno bipolar
Alterna episódios de humor deprimido com períodos de euforia ou irritabilidade, chamado de “mania” (forma mais grave) ou “hipomania” (forma mais leve)
- Distimia
Depressão crônica, com duração mínima de dois anos
Intensidade moderada
Tristeza, pessimismo
Desânimo e baixa energia
Dificuldade de concentração
- Depressão pós-parto
Surgimento dos sintomas nas primeiras semanas depois do parto até um ano depois.
Tristeza extrema
Ansiedade e exaustão
Incapacidade de cuidar do bebê e de si mesma
- TDPM ou Transtorno disfórico pré-menstrual
Surgimento dos sintomas todos os meses no período que antecede a menstruação
Sintomas mais severos que a TPM – Tensão pré-menstrual
Incapacidade temporária e indisposição
Tristeza e irritabilidade
Isolamento
Tratamentos
O tratamento da depressão é multidisciplinar pois deve haver a farmacoterapia e a psicoterapia envolvida.
Ao contrário do que muitas pessoas temem, as medicações não são como drogas que viciam.
A terapia medicamentosa, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.
O tempo de tratamento pode variar de pessoa para pessoa, variando de cerca de 6 meses até vários anos, pois a melhora da depressão acontece de forma muito individual.
A psicoterapia auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de promover sua compreensão sobre a depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse. Mas não previne novos episódios e não promove a cura da depressão.
De acordo com a gravidade da depressão, o tratamento recomendado pode ser:
- Depressão leve: indicação de acompanhamento
psicológico, mas caso exista antecedente familiar de depressão maior, pode ser recomendado o uso de medicamentos. - Depressão moderada: indicação de medicamentos e psicoterapia para complementar o tratamento.
- Depressão grave: indicação de medicamentos e psicoterapia para complementar o tratamento. Há necessidade de acompanhamento médico frequente.
Psicoterapia para depressão
A psicoterapia ajuda no equilíbrio emocional, no autoconhecimento, estimulando a resolução de conflitos internos da pessoa. Ainda promove a melhora da autoestima e ajuda a pessoa a desenvolver ferramentas para enfrentar as situações que produzem os sintomas e assim, mudar o pensamento depressivo.
A terapia deve ser feita por um profissional da saúde mental, que avaliará o melhor tipo de abordagem para as necessidades da pessoa.
Outras terapias
Apesar da farmacoterapia e da psicoterapia serem as principais formas de tratamento da depressão, existem outras terapias que poderão ser indicadas:
• Tratamento natural
Ajuda a complementar o tratamento médico, mas não o substitui, incluindo:
Comer alimentos ricos em ômega 3: como salmão, atum, sardinha, sementes de chia ou nozes, pois o ômega 3 atua no cérebro
Comer alimentos ricos em vitamina B e D: como frango, peru ou ovo, pois ajudam a eliminar o cansaço físico e mental
Beber chá de erva de São João ou chá de salgueiro branco ao longo do dia ajuda a acalmar, aumentando a sensação de bem-estar
Beber suco de uva, maçã ou maracujá ajuda a acalmar, a combater o cansaço físico e mental e a tristeza.
É importante que pessoa faça atividade física regular pois o exercício também estimula o prazer e o bem-estar.
• Tratamento alternativo
Acupuntura, yoga, Reiki e meditação são excelentes formas de combater a depressão, pois são capazes de proporcionar relaxamento e bem-estar, proporcionando alívio dos sintomas.
Atividades de lazer como ler, pintar, dançar ou ouvir música são recomendadas para aliviar o estresse e a ansiedade.
• Eletroconvulsoterapia
Este tipo de tratamento só é indicado para casos muito graves de depressão, em que não houve resposta positiva com os outros tratamentos, quando há alguma doença que impeça o uso de antidepressivos e em casos de tendência suicida.
Consiste na realização de eletrochoques cerebrais, de forma controlada e indolor, que facilitam a reorganização da atividade cerebral.
Como vencer a depressão?
O apoio e acolhimento por parte dos familiares e amigos é uma estratégia fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções.