Se você é daquelas pessoas que acredita que nada dá certo em sua vida e que sempre morre na praia, preste atenção no que eu vou te contar: VOCÊ PODE ESTAR SE AUTOSSABOTANDO!
A autossabotagem é um mecanismo de defesa de nossa mente contra conflitos. Mas, em vez de proteger, pode prejudicar, pois é um dos motivos que impedem as pessoas de conquistarem seus objetivos
Mas… O que é Autossabotagem?
“Auto” – prefixo de origem grega e que permite designar aquilo que é próprio.
“Sabotagem” – significa uma ação de provocar prejuízos ou danos.
“Autossabotagem”, portanto, é agir contra si próprio de forma a provocar prejuízos e danos.
A autossabotagem pode ser definida como uma série de comportamentos e ações involuntárias – destrutivas ou punitivas – que praticamos contra nós mesmos, nos impedindo de atingir nossos objetivos.
Ela se manifesta através de pensamentos negativos, da criação de problemas e empecilhos fazendo com que agimos no sentido oposto às nossas necessidades e desejos.
Afeta tanto a vida pessoal quanto a profissional do indivíduo, as relações e principalmente, o crescimento e sucesso.
Por qual motivo nos autossabotamos?
Os seres humanos se sabotam porque nosso inconsciente vai contra aos nossos desejos e necessidades reais – criados na consciência – através de pensamentos negativos que geram atitudes igualmente negativas.
Em 1916, Freud escreveu um artigo com o título “Os que Fracassam ao Triunfar”. Neste Artigo, ele apresentava o tratamento de pessoas que possuíam medo de ter satisfação e que se sentiam aliviadas quando o que estavam fazendo não dava certo. É como se tivesse tudo para ser feliz, mas de alguma forma, conseguia um jeito de fugir da felicidade.
A autossabotagem acontece de forma consciente e inconsciente, sendo esta última, a forma mais comum de acontecer.
Estudos mostram que a autossabotagem tem origem em traumas vividos na infância e adolescência, no núcleo familiar onde adquirimos referências e construímos a nossa base de percepção e visão do mundo. Além dos traumas, podemos incluir também a assimilação de traços de personalidade daqueles com quem convivemos e outros anseios.
Pessoas mais sensíveis se tornam vulneráveis a fatores externos coo a comunicação verbal e não verbal das pessoas mais próximas, principalmente aquelas que são as nossas primeiras referências de vida.
De forma não intencional e sem conhecimento das consequências de certas posturas e ações, nossos pais, avós e irmãos acabam nos proporcionando sentimentos como culpa, abandono, rejeição e fracasso que acabam ficando registrados em nosso inconsciente e desencadeando a autossabotagem.
Crenças limitantes com pensamentos negativos que te fazem acreditar que você não é merecedor das suas conquistas, podem subestimar a sua capacidade de lidar com a vitória, prejudicando sua autoconfiança diante de pequenas ou importantes decisões da vida.
A Autossabotagem surge com um desejo incontrolável e frequente de se julgar incapaz de fazer algo. A mente se programa para reafirmar esses pensamentos, trazendo os sentimentos de impotência, debilidade e fraqueza.
É certo que a autocrítica faz parte da natureza humana, mas existe um limite saudável. Por isso é importante perceber esses ataques mentais, pois esses pensamentos negativos refletirão em nossas decisões e ações.
Tipos mais comuns de Autossabotagem
Existem vários tipos de autossabotagem, mas os mais comuns são:
- Vitimização: pessoas que encontram meios de justificar seus sofrimentos a fim de obter gratificações em troca.
- Negação: pessoas que negam suas próprias necessidades e desejos a fim de evitar a vivência do fracasso.
- Culpabilidade: ao se culpar constantemente, a pessoa evita enfrentar os julgamentos alheios, entrando em um ciclo punitivo e de autocobrança desnecessário.
- Procrastinação: a pessoa que deixa tudo para depois; o fato de postergar tarefas funciona como um mecanismo de defesa diante da sensação de incapacidade.
- Inconstância: pessoa que tem o hábito de não concluir o que começa, como forma de proteção do fracasso ou das consequências do sucesso.
- Medo: sentir medo é comum e natural, mas quando é excessivo, paralisa, impede a pessoa de agir ou tomar decisões.
- Anestesia Emocional: bloqueio interno que impede a pessoa de perceber a autossabotagem. Acontece pelo desejo de não sofrer.
Além desses tipos, podemos citar sensações e sentimentos que também são formas de autossabotagem:
- Tentar ser autossuficiente o tempo todo: a pessoa quer fazer tudo sozinha, se sobrecarregando demais.
- Comparar-se demais aos outros: a pessoa acaba desenvolvendo um complexo de inferioridade.
- Ver somente o lado negativo de tudo: A pessoa acaba não aproveitando suas conquistas, não vendo seu progresso e não acreditando que é digno de coisas boas em sua vida.
- Não conseguir relaxar: A pessoa pensa que pode ter feito algo de errado ao longo do dia.
- Não se organizam: a pessoa acredita que não tem tempo de organizar as coisas pois não dará conta de fazer tudo ao final do dia.
- Criticam-se de forma constante: a pessoa tem pensamentos destrutivos repetitivos como “não sou capaz” ou “poderia ter feito melhor”.
- Acredita não ser merecedor: sempre que conquista algo, a pessoa não se sente feliz ou confortável com isso.
- Foca sempre no que falta ou no que não está bom: Não consegue ver a evolução gerando uma insatisfação geral.
- Precisa constantemente de autoafirmação: busca constante de da confirmação dos outros de que esteja no caminho certo.
Como saber se estou me autossabotando?
Procure perceber as situações que você cria e que o impedem de realizar seu desejo. Aqui vai alguns exemplos:
- Você se compara e mede seu sucesso com o dos outros com frequência?
- Você já assumiu que é impotente a toda e qualquer circunstância?
- Você já projetou de forma negativa o que as pessoas pensam de você?
- Você é excessivamente crítico com você mesmo e com os outros?
- Você se culpa por ter errado a vida inteira?
- Você ignora seus desejos e necessidades pessoais?
- Você sempre enxerga somente os piores cenários?
- Você se sente vítima da vida?
Se você disse “sim” para qualquer pergunta acima, você se sabota.
Existe tratamento para a Autossabotagem?
A autossabotagem pode ser grave ao ponto de provocar obesidade, depressão, cardiopatias, transtornos de ansiedade, pensamentos suicidas, diabetes.
Casos mais extremos geram a automutilação que é a criação de flagelos físicos em si próprio em forma de punição.
O processo de “cura” requer, primeiramente, clareza e consciência de que a pessoa se sabota e de todas as consequências disso.
Reverter a autossabotagem não é um processo fácil. O autoconhecimento é fundamental, mas nem sempre é fácil alcançar sozinho.
Sendo assim, contar com ajuda de um profissional passa a ser uma boa alternativa.
Por estar relacionada com traumas e vivências passadas, este profissional, deverá ser capaz de ajudá-lo nesta descoberta e na criação de meios para acabar com as crenças limitantes.
O papel da Psicoterapia no tratamento
É comum que a pessoa não perceba que se sabota. É aí que entra o profissional que, através dos sintomas, poderá guiá-lo na busca do autoconhecimento e mudanças de pensamentos e comportamentos.
O papel do profissional é ajudar na tomada de consciência para situações em que ocorra a autossabotagem e assim, observar quais os comportamentos e sentimentos que surgem. Também fará com que a pessoa identifique o que deseja e o que precisa para chegar ao seu objetivo.
Muitas vezes a pessoa pode sabotar o próprio processo terapêutico. É necessário falar e lidar com esse sofrimento. Não se deve ter vergonha de falar e lidar com esses sentimentos, pois é doloroso encarar a vida dessa forma. Sentir prazer pelo desprazer significa que quanto mais difícil a vida se torna, mais a pessoa se satisfaz.
A mudança de hábitos é essencial para o tratamento assim como o desejo de mudança é crucial para as alterações de padrões de comportamento. É necessária muta determinação e persistência, tanto do paciente quanto do terapeuta.
Alcançar um sentido mais otimista dos eventos passados e presentes, altera o humor e modifica as emoções.
Com o humor equilibrado, fica mais fácil e torna possível enfrentar os desafios da vida.
Com os gatilhos mentais bem definidos favorecerá a identificação dos pensamentos negativos quando surgirem e assim terá ferramentas necessárias para mudar a percepção.
12 dicas para parar de se autossabotar
Seja protagonista da sua vida
Faça o que te deixa feliz.
Não tome decisões ou faça escolhas para agradar alguém. A necessidade de pertencimento e a busca pela aprovação podem fazer com que você desvie do seu objetivo.
Conheça seu propósito
Para eliminar as crenças limitantes é preciso entender o que te move.
Tenha metas e estratégias
Certamente você tem um objetivo, mas ainda não tem clareza sobre ele.
Reconheça este objetivo e defina metas menores, conquistando-as aos poucos até atingir o objetivo maior.
Identifique a fonte da autossabotagem
O que causa seus pensamentos negativos? Qual é o gatilho?
Trabalhe a autoestima
Quando há confiança e segurança em si mesmo, não há razões para criar empecilhos.
Faça terapia
A terapia ajudará a reconhecer os motivos que desencadeiam esses sentimentos negativos e contribuirá para aumentar a autoestima.
Encare a mudança com seriedade
Encare as suas decisões com seriedade, pois elas são capazes de mudar o rumo das coisas.
Aprenda a lidar com escolhas não tão boas.
Se arrisque, se não você não chegará a lugar nenhum.
Tenha comprometimento e responsabilidade
Seja maduro e pense bem antes de tomar as decisões.
Busque o melhor, não a perfeição
A perfeição não existe. Melhor feito do que perfeito.
Não comprometa a sua saúde física e mental.
Celebre suas conquistas, por menor que seja.
Não pense sobre como poderia ter feito diferente.
Encare o fracasso como algo natural e possível
Assim como as vitórias fazem parte da nossa vida, as derrotas também fazem.
Não deixe que as suas inseguranças e o seu medo o impeça de tentar.
Valorize o que tem de melhor
Foque em suas virtudes e habilidades.
Pense em situações passadas nas quais você lidou bem e faça disso a sua motivação para vencer novamente.
Priorize boas companhias
Defeitos todo mundo tem, lute para corrigi-los.
Companhias tóxicas que colocam você para baixo, fazem seus defeitos se destacarem, aumentando a sua chance de se autossabotar.
Fuja de relacionamentos abusivos tanto na vida pessoal quanto na vida profissional.
Aprenda a se perdoar e entenda que não controla o modo como as pessoas pensam ou agem.
E por fim, se você quer ter sucesso, precisa parar de criar obstáculos!